Nos últimos anos a utilização dos factores de crescimento no tratamento das lesões do desporto, tem ganho uma enorme popularidade, circunstância a que não é de todo estranho o facto dos media frequentemente propalarem resultados quase que milagrosos, em atletas de elite como Rafael Nadal, Tiger Woods, Pedro Mantorras, Hines Ward, Alex Rodriguez, entre outros.

No entanto e lamentavelmente nos atletas deste nível, nunca tem havido disponível a informação adequada, de modo a termos a certeza do tipo de tratamento a que foram efectivamente submetidos, quer antes, quer após a utilização dos referidos factores de crescimento.

Mas o que são os factores de crescimento?

São proteínas que desempenham uma função determinante nos complexos processos da reparação e da regeneração dos tecidos lesados.

Estas proteínas intervêm no processo da comunicação intercelular, transmitindo a sua informação, por acção nos receptores localizados nas membranas das células.

Desencadeiam efeitos biológicos, como a migração celular dirigida (quimiotaxia), a proliferação celular e a diferenciação celular. Estes diferentes mecanismos são conhecidos como decisivos nos processos de reparação e regeneração das células.

Estes factores encontram-se no interior das plaquetas, nos grânulos alfa e em quantidades bastante significativas.

Os principais factores plaquetários, são: o PDGF (plateled derived growth factor), o TGF-B (transformed growth factor), o bFGF (fibroblast growth factor), o VEGF (epithermic growth factor), o IGF (insulin growth factor).

A preparação dos factores de crescimento, como produtos biológicos autólogos, é feita a partir do sangue do próprio atleta, com recurso a máquinas centrifugadoras que utilizam técnicas específicas e que variam consoante os despectivos fabricantes.

Presentemente, em nenhuma das preparações de factores de crescimento obtidas com as técnicas disponíveis, há a garantia de se obter um produto final com conteúdo, concentração, potencia e efectividade bem estandardizado, monitorizado e até certificado.

Se é certo ser a principal premissa proposta na utilização terapêutica dos factores de crescimento, a injecção de uma concentração massiva de plaquetas e suas proteínas de suporte, directamente na ou nas áreas dos tecidos lesados, de modo a proporcionar uma rápida cicatrização tecidular e a consequente retoma da actividade desportiva, também é certo não haver ainda disponível investigação de ciência básica, a suportar com a necessária consistência, a efectividade do seu uso na maior parte das situações lesionais do desporto.

É assim importante reter, que a utilização dos factores de crescimento como procedimento terapêutico focal, para as lesões nos tecidos moles (músculos, tendões, ligamentos, cartilagem) dos atletas, deve ser por enquanto limitada, já que não há dados que confirmem ser mais efectiva do que uma simples injecção de soro fisiológico, apesar de decorrerem linhas de investigação centradas nas lesões do tendão de Aquiles, da coifa dos rotadores, dos extensores dos dedos no cotovelo e do menisco.

© 2013 Stop às lesões no desporto

 
“ QUEREMOS UM DESPORTO SEM LESÕES PARA OS NOSSOS JOVENS “