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PREVENÇÃO DA EPICONDILITE PELO CICLISTA

 

epicondilite no ciclista

A epicondilite ou “ cotovelo do tenista “ é uma situação clinica de sobrecarga que com bastante frequência compromete a função do membro superior mais activo de um ciclista e que não se apresenta apenas nos praticantes desta modalidade desportiva.

Qualquer outra actividade desportiva em que haja uma utilização repetitiva dos músculos extensores do punho e dos dedos, como no caso do andebol, do ténis, do golfe, da natação, do basebol, do badminton, do lançamento do peso e do disco, do hóquei em patins e em campo, do remo e canoagem, pode dar origem ao aparecimento da chamada epicondilite.

Neste processo é importante o ciclista ter a noção de que não é propriamente em nenhuma das áreas articulares do cotovelo que se apresenta a lesão, mas efectivamente apenas numa pequena área da sua face externa.

O uso repetido e com grande tensão, destes músculos do antebraço que partem da face externa do cotovelo até ao punho e dedos para promoverem os seus movimentos de extensão (para controlo do manipulo das mudanças e ou do travão), provoca gradualmente minúsculas lacerações na sua área de inserção óssea na referida face externa do cotovelo, mais precisamente numa eminência designada por epicôndilo.

QUAIS OS PRINCIPAIS SINTOMAS DA EPICONDILITE?

A epicondilite em quase todas as modalidades desportivas onde se costuma instalar, começa como uma ligeira impressão dolorosa, geralmente localizada na face externa do cotovelo e que se estende pelo terço proximal da face externa do antebraço.

Quando se continua a usar o antebraço em sobrecarga repetitiva, a zona magoada torna-se bastante dolorosa até no repouso nocturno, mas e principalmente ao toque ou à pressão e claramente, sempre que haja solicitação dos músculos extensores, com constantemente a dor a irradiar para baixo, chegando por vezes quase até ao punho. Levantar qualquer objecto, especialmente com o cotovelo estendido, torna-se muito doloroso e quase impossível, mesmo para cargas não muito elevadas. Gestos simples como o simples abrir a maçaneta de uma porta, tornam-se impossíveis.

Para que o jovem ciclista possa ter a noção de que o desconforto ou a dor que sente no seu cotovelo pode decorrer efectivamente de uma epicondilite, deve com o apoio do treinador, do instrutor, ou mesmo de um dos progenitores, flectir completamente o antebraço em relação ao braço/ombro, como que para " fazer musculo " e logo de seguida estende-lo em rotação externa máxima (supinação), com a palma da mão sempre bem virada para cima.

Se existir um processo de epicondilite, sente de imediato uma dor maior ou menor sobre a zona externa, logo que o antebraço se começa a esticar. Para reforçar o resultado deste teste simples, o ciclista a face palmar voltada para cima e com o cotovelo na posição de extensão completa. Em caso de epicondilite esta manobra é igualmente bastante dolorosa para o atleta.

O QUE PODEMOS FAZER PARA CONTRARIAR OU ANULAR A EPICONDILITE?

Perante uma epicondilite de menor ou maior agressividade, é importante parar de imediato a actividade e não a retomar até que a dor tenha desaparecido completamente. Isto pode muito frequentemente demorar várias semanas, mas no entanto o repouso é o melhor tratamento. Para além disso o ciclista deve usar o antebraço, o punho e a mão o menos possível de modo a terem condição adequada para que se cure a patologia inflamatória no epicondilo.

Para aliviar a dor, pode utilizar-se uma massagem com gelo na área dorida durante 20 minutos, pelo menos duas a três vezes por dia. Este procedimento deve ser feito durante vários dias seguidos e até haver melhoria com consistência. A massagem da zona magoada pode igualmente ser útil por aumentar a circulação sanguínea nos músculos lesionados.

Tomar um anti-inflamatório não esteroide (apenas por indicação do ortopedista) reduz a dor e a tumefacção.

Não infrequentemente poderá também haver a necessidade de se levar a efeito uma ou duas injecções na zona comprometida, com um anestésico local e com betametasona, já que os resultados são bastante duradouros.

Posteriormente e após a regressão da dor, mas de modo progressivo, o ciclista deve então começar a fazer pequenos exercícios de alongamento dos extensores de modo a melhorar o equilíbrio e o balanço muscular da mão e do punho.

Na sequência de um episódio de epicondilite, para evitar recidivas futuras, o ciclista deve considerar sempre a possibilidade de manter um ciclo de lições regulares com um professor, instrutor ou treinador de modo a continuadamente melhorar a técnica e o gesto desportivo. A correcção do "grip do guiador" é atitude determinante na prevenção.

Por vezes uma banda de compressão em velcro, colocada no antebraço, imediatamente abaixo do cotovelo (três dedos), ajuda a proteger a inserção dos músculos epicondilianos, da grande tensão repetitiva com um efectivo esbatimento das forças exercidas, quando se reinicia a prática desportiva.

Nas situações recorrentes e ou refractárias ao tratamento médico conservador anteriormente descrito, há necessidade de se recorrer ao tratamento cirúrgico e nestas circunstância a sua efectivação deve ser levada a efeito o mais precocemente possível.

Este desenvolve-se em ambiente de "cirurgia de dia", com utilização de anestesia loco-regional. A recuperação funcional, tem em média um período de 21 dias e os resultados são excelentes e definitivos.

No entanto, antes de se tentarem tratar a si próprios, os ciclistas devem procurar um médico ortopedista, de modo a terem a certeza de que as suas queixas dolorosas na face externa do cotovelo se enquadram num processo de uma epicondilite e não de outra afecção.

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