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O " JOELHO DE SALTADOR " DO GINASTA

 

joelho do saltador


O tendão rotuliano pode ser considerado como o segmento distal do tendão do quadrícipete femoral, estendendo-se desde o pólo distal da rótula até à tuberosidade anterior da tíbia. Faz assim parte integrante do aparelho extensor do joelho, no seguimento do tendão quadricipital e da rótula.
A sua espessura relativamente mais fina que a daquele, em conjunto com a sua orientação axial muitas vezes excessivamente rodada internamente, predispõe-no a ser sede frequente de lesões de sobrecarga.

O QUE É O “ JOELHO DO SALTADOR “

É a designação vulgar para uma tendinopatia (entesopatia) que compromete frequentemente a interface do tendão rotuliano na sua inserção no pólo distal da rótula, com deterioração progressiva do colagéneo da estrutura tendinosa.
No jovem atleta a sobrecarga normalmente desencadeia apenas um compromisso inflamatório na bainha do tendão.

Esta doença é causada por solicitações de repetição, sobre o aparelho extensor do joelho, normalmente na dependência da actividade desportiva praticada em constante sobrecarga e sem tempos de descarga adequados, como é muito usual acontecer durante os períodos de treino. Nos jovens as excessivas horas de treino diário e semanal, estão sempre na génese deste tipo de lesão.
Frequentemente compromete os atletas de várias modalidades desportivas, particularmente nas que desenvolvem o salto (futebol, voleibol, andebol, atletismo, basquetebol, ginástica, ténis, etc.).

A sua prevalência relativamente elevada, a limitação funcional subsequente e a sua evolução natural para a cronicidade quando não devidamente orientada, são frequentemente responsáveis pelo compromisso gravoso para a carreira desportiva de alguns atletas de alta competição e de desistência muito frequente de muitos outros amadores.

O diagnóstico do “joelho do saltador” é fundamentalmente clínico, sendo definido através da efectivação de um exame clínico adequado.

Os atletas referem usualmente uma dor a nível da face anterior do joelho, mais localizada no pólo distal da rótula. As queixas são geralmente de início insidioso e relacionam-se directamente com a actividade física, sobretudo a que envolve o salto, agravando-se progressivamente com o aumento do nível dessa mesma actividade.

A avaliação objectiva, com o joelho do atleta sempre em completa extensão, revela alguma tensão local, dor e defesa por vezes com significado na palpação do pólo distal da rótula, bem como infiltração moderada da bola de Hoffa.

A ecografia e principalmente a ressonância magnética, são os exames imagiológicos de diagnóstico, com fiabilidade adequada para avaliar o compromisso patológico do tendão rotuliano.

O diagnóstico diferencial faz-se com outras patologias, nomeadamente com o síndroma femuro-rotuliano e com a doença de Sinding-Larsen-Johansson.

QUAL O TRATAMENTO ADEQUADO?

No que diz respeito à sua terapêutica, o tratamento inicial deve ser sempre de carácter conservador e orientado para a regressão da sintomatologia subjectiva do atleta.

As formas iniciais da doença respondem geralmente muito bem, à modificação da actividade física, com repouso desportivo relativo ou mesmo absoluto, à medicação com anti-inflamatório por via sistémica, ou à mesoterapia em associação.

Para as situações refractárias ao tratamento médico ou com recorrência frequente, o tratamento cirúrgico está formalmente indicado.
Este é hoje realizado em ambiente de cirurgia de ambulatório e por técnica minimamente invasiva.
 
COMO FAZER A SUA PREVENÇÃO?

A prevenção do “joelho do saltador” baseia-se por princípio, na adaptação do morfotipo do atleta à sua modalidade e nesse sentido é muito importante que o jovem atleta faça sempre no início de cada época, um exame físico e clínico e que respeite as recomendações propostas pelo médico.

Este aspecto é muito importante, não só para possibilitar um bom desempenho, mas sobretudo para prevenir alguma evolução negativa num atleta com maior predisposição.

A prevenção desta lesão para além disso, deve apoiar-se sempre num programa de treino estruturado para cada atleta, em associação com o seu bom senso e com o do seu treinador ou professor de educação física, antes, durante e no final do desenvolvimento do mesmo.

Um jovem atleta ainda em crescimento, deve com alguma frequência “fazer uma paragem” de modo a reconhecer e a avaliar o seu corpo, para não ter a tentação permanente de ultrapassar as suas capacidades morfológicas e funcionais.

Finalmente e sempre que surgirem sinais de alarme, sinalizadores de uma eventual lesão no tendão rotuliano, a suspensão imediata da actividade desportiva deverá ser a norma e a avaliação por um especialista a regra.

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