STOP às Lesões no Desporto
 Página Principal > Área da Educação e da Formação > ATLETA > HÓQUEI EM PATINS > AS LESÕES DO LIGAMENTO COLATERAL INTERNO NO HOQUISTA
AS LESÕES DO LIGAMENTO COLATERAL INTERNO NO HOQUISTA

 

lesões no ligamento colateral interno

O Ligamento Colateral Interno do joelho, é um complexo ligamentar que em conjunto com a cápsula articular, promove a estabilização passiva da região interna do joelho.

Anatomicamente é formado por três feixes: o profundo, o superficial e o oblíquo, que fornecem fundamentalmente uma estabilização estática. Estes três feixes inserem-se proximalmente desde o condilo femural medial e distalmente na face interna da tíbia, 7 a 10 cm abaixo da linha articular.

É o ligamento mais frequentemente lesado, na traumatologia do joelho e geralmente motivado por mecanismos de força em valgo, quando o joelho está parcialmente flectido, combinado ou não com um movimento de rotação interna.

Frequentemente e na dependência da energia dos traumatismos, associa-se a outras lesões como a do ligamento cruzado anterior, a do menisco interno e a da cartilagem da rótula e da tróclea.

Em quase todas as modalidades desportivas os atletas podem criar situações lesivas para esta estrutura. No entanto o futebol, o futsal e o esqui, são as mais frequentemente envolvidas, mas logo seguidas pelo andebol, basquetebol, voleibol e hóquei.

As lesões agudas do Ligamento Colateral Interno têm e consoante o tipo de compromisso de integridade das suas estruturas, uma classificação que é feita em três graus e a saber: o grau I que correspondente a um simples estiramento das estruturas e sem perda da sua efectividade, o grau II que correspondente a uma rotura parcial das mesmas, com perda parcial da sua função e o grau III que correspondente a uma rotura total, com a consequente perda completa da sua função de restrição passiva.

Clinicamente está sempre presente uma dor localizada na face interna do joelho, bem como na palpação da mesma zona e evidencia-se em associação, edema e ou equimose mais ou menos extensa nesse local. A impotência funcional por vezes com bastante significado, é sempre uma constante nas primeiras setenta e duas horas.

Para avaliar o nível de instabilidade para os graus II ou III, o teste de sobrecarga aos 30º de flexão do joelho, é o que nos disponibiliza a melhor informação, para a definição diagnóstica. (é importante comparar com o joelho contra-lateral).

O exame imagiológico que nos define com maior rigor o envolvimento destas estruturas, é a ressonância magnética, no entanto um imagiologista bem treinado neste tipo de patologia, pode com a ecografia deixar uma noção muito aproximada do compromisso morfológico existente.

QUAL O TRATAMENTO DAS LESÕES DO LIGAMENTO COLATERAL INTERNO?

Nas lesões designadas de grau I e II, está indicado um simples protocolo terapêutico de carácter conservador, que compreende: repouso, crioterapia, elevação do membro nas primeiras 72 horas e mobilização activa até limiar de dor (com muletas se necessário). Para alívio da sintomatologia álgica, a toma de um analgésico ou de anti-inflamatório.

Nas lesões de grau III, é obrigatória uma avaliação cuidada de todo o joelho por um especialista, para despiste de lesões associadas e subsequente decisão terapêutica, que poderá incluir o tratamento cirúrgico para uma reconstrução capsulo-ligamentar interna, bem como do cruzado anterior, ou uma remodelação dos meniscos ou mesmo uma reparação da cartilagem articular.

COMO PODEMOS PREVENIR AS LESÕES DO LIGAMENTO COLATERAL INTERNO?

A prevenção deste tipo de lesões agudas deve fazer-se respeitando: as normas gerais e as limitações pontuais da modalidade durante o jogo, a prova ou durante o treino, o fair-play com os outros atletas, o aquecimento e bem assim o arrefecimento, um regular programa de estiramento musculo-tendinoso em associação com um treino proprioceptivo global e cuidado dos membros inferiores.

O hoquista deve aprender a conhecer o seu corpo, de modo a não ter a tentação de ultrapassar as suas capacidades morfo-funcionais.

Sempre que surgirem sinais de um compromisso para-articular interno e consequentemente sinalizadores de uma eventual lesão, a suspensão imediata da actividade deverá ser a norma e a avaliação por um especialista a regra.

“O diagnóstico precoce de uma lesão aguda num jovem, é determinante para uma recuperação de sucesso e para a redução da morbilidade “. (Francisco Santos Silva)

© 2011 Stop às lesões no desporto

 

“ QUEREMOS UM DESPORTO SEM LESÕES PARA OS JOVENS “