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PREVENÇÃO DAS LESÕES NO JUDO

 

JUDO

É consensual as artes marciais proporcionarem uma excelente forma de exercício aeróbico, mas também de desenvolvimento do equilíbrio físico e mental e de melhoria da agilidade e da coordenação motora. Por isso serem muito praticadas em todo o mundo, por todas as gerações e por todos os estratos sociais.

Em Portugal as várias artes marciais como o judo, o karaté, o kung fu, o taekwondo, o thai chi, o aikido, o shotokan, etc., são modalidades muito populares, com milhares de praticantes envolvidos por simples lazer e nesse contexto praticadas por adultos, adolescentes e crianças. São também praticadas no nosso país por largas centenas, com um envolvimento quer na média, quer até na alta competição.

QUAIS SÃO AS LESÕES MAIS FREQUENTES NAS ARTES MARCIAIS?

As artes marciais podem dar azo a um vasto conjunto de lesões, dependendo o tipo destas quer da modalidade ou estilo, quer do modo particular como elas são praticadas. 
Algumas das artes marciais não permitem qualquer contacto interpessoal, pelo que nestas, as lesões são fundamentalmente do tipo de sobrecarga.
Já nas em que o contacto é constante, a variabilidade nas suas técnicas, nas suas regras e até no seu equipamento, possibilita o desencadear de uma variedade de lesões, quase sempre de carácter agudo e com uma incidência elevada.

A CONCUSSÃO CEREBRAL

A concussão é uma lesão traumática do cérebro, que pela energia aplicada lhe pode alterar o status mental ou causar-lhe outros sintomas de natureza neurológica.
Os sintomas mais frequentes são a dor de cabeça, o enjoo, a náusea, a perturbação do equilíbrio, a dificuldade de concentração, os problemas de memória.
Estes sintomas podem manter-se por alguns minutos, dias, semanas ou mesmo meses, em alguns casos.

Todo o atleta que sofra uma concussão, independentemente da sua magnitude, deve ser obrigatoriamente submetido a uma primeira avaliação no local onde sofreu a lesão e posteriormente e em tempo útil, a uma observação clínica por médico qualificado para o efeito.
Só um protocolo deste tipo é seguro para o atleta.

As modalidades que enfatizam na sua prática a luta ou o lançamento, são as que apresentam a maior taxa de concussão.


A CABEÇA, OS OLHOS, OS OUVIDOS, O NARIZ

Combater, agarrar ou golpear, pode dar origem a pequenas lesões como equimoses, escoriações, lacerações, contusões ou feridas. Situações de maior gravidade como a fractura dos ossos do nariz, dos ossos da face, do crâneo, ou ainda lesões nos olhos, na boca e nos dentes, não são de todo infrequentes.
A prevenção deste tipo de lesões pode conseguir-se com uma adequada selecção e adaptação ao estilo da arte marcial, com um treino específico bem estruturado e até com o uso de equipamento de protecção.

O PESCOÇO E A COLUNA LOMBAR

Pequenas lesões no pescoço como equimoses e escoriações, são as mais frequentes. No entanto é importante ter em atenção o facto de que a agressividade de algumas formas de artes marciais, como o judo ou jujitso, criam situações de choque com a possibilidade de causarem perda de consciência.
Na coluna lombar as lesões que com mais frequência limitam o atleta, centram-se nos discos intervertebrais e nas articulações inter-apofisárias da região lombar.

Para uma prevenção destas situações é determinante uma cuidada aprendizagem e um treino adequadamente supervisionado pelo instrutor.

MEMBROS SUPERIORES

O ombro é de longe a área anatómica mais envolvida por lesões, particularmente pelas de carácter agudo, embora as de sobrecarga também se apresentem, claramente decorrentes de treinos com gestos inadequados e de constante sobrecarga, especialmente nos jovens.
De entre as primeiras as mais frequentes são, a luxação das articulações gleno-umeral e acrómio-clavicular, a rotura da longa porção do bicípite e a rotura do bordelete glenoideu. Quanto às segundas, o conflito sub-acromial, lesão em que se apresenta um sofrimento da coifa dos rotadores por atrito na área sub-acromial, sempre que o braço é elevado e a tendinite da longa porção do bicípite e inflamação da sua bainha, são as que mais limitação funcional motivam nos atletas.

Nas mãos os dedos sofrem pequenas lacerações, entorses e luxações interfalângicas.

MEMBROS INFERIORES

Nas jovens atletas, a entesopatia a nível das inserções dos aductores na bacia e o conflito femuro-acetabular na articulação coxo-femoral, são as lesões mais frequentes e incapacitantes na área da anca.

Nos joelhos as lesões mais vulgares são, a bursite pré-rotuliana, a fractura e a luxação da rótula, a tendinose do rotuliano, a doença da cartilagem da rótula, o sindroma da fascia lata, a rotura meniscal e a do ligamento cruzado anterior.

A nível da perna e do pé, a tenovaginite do músculo tibial anterior, do Aquiles e dos isquio-tibiais, em conjunto com as fracturas de fadiga do pé e da tíbia, são as lesões de sobrecarga mais presentes. As fracturas na tibia, a entorse do tornozelo, as fracturas dos metatársicos e dos dedos do pé, são as lesões agudas que comprometem com demasiada frequência os atletas das diferentes artes marciais.

COMO SE PODEM PREVENIR AS LESÕES NAS ARTES MARCIAIS?

É muito importante que o praticante de artes marciais, quer tenha um envolvimento de lazer quer competitivo, faça sempre no início de cada época, um exame físico e clínico e que respeite as recomendações propostas pelo médico especialista em medicina do desporto.

Sendo certo serem as lesões de sobrecarga frequentes e numerosas nas artes marciais, também é certo as mesmas poderem ser evitadas e até resolvidas com algumas mudanças técnicas nas rotinas do treino e dos combates.

A prevenção em geral destas lesões deve fundamentar-se sempre na adequada adaptação do atleta à sua modalidade. Este é sempre o primeiro procedimento a ter em conta, não só para se conseguir um bom desempenho, mas também para se prevenirem as lesões mais frequentes.

Para além disso, um programa de aquecimento e bem assim de “arrefecimento”, respectivamente antes e depois da prática da actividade física, deverá ser sempre respeitado.

Para a prevenção das lesões de sobrecarga em particular na coluna lombar, devem os atletas apoiar-se num programa de treino de carácter neuromuscular com bastante regularidade.

Definitivamente, a prevenção destas lesões deve apoiar-se ainda no bom senso do atleta e do treinador ou preparador físico, ao longo do desenvolvimento do treino. A pressão destes, no sentido do treino excessivo terá que ser limitada.

Sempre que surgir um sinal de alarme, sinalizador de uma eventual lesão de sobrecarga, a suspensão imediata da actividade deverá ser a norma e a avaliação por um especialista a regra.

Quanto á prevenção das lesões agudas e tendo em conta o seu aparecimento súbito e fortuito, deve fazer-se respeitando: as normas gerais e as limitações pontuais da modalidade durante os combates ou durante os treinos; o fair-play com os outros atletas; um regular programa de estiramento musculo-tendinoso em associação com um treino proprioceptivo global dos membros inferiores.

É ainda muito importante o atleta aprender a conhecer o seu corpo, de modo a não ter a tentação de ultrapassar as suas capacidades morfo-funcionais.

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