A CONCUSSÃO CEREBRAL

A concussão é uma lesão traumática do cérebro, que pela energia aplicada lhe pode alterar o status mental ou causar-lhe outros sintomas de natureza neurológica.

No desporto é uma situação relativamente frequente, particularmente nas modalidades de maior contacto interpessoal e de elevada energia cinética, apesar de muitos atletas estarem convencidos de que na sequência de um traumatismo craniano, só poderem dizer que sofreram uma concussão, se tiver ocorrido uma perda de consciência associada.

Esta noção é no entanto completamente errada, pois que nesta circunstância pode apresentar-se uma lesão cerebral até com bastante significado, sem ter havido qualquer perda de consciência.

Muitos hoquistas em patins com bastante frequência e sem lhe darem a devida importância, referem apenas experimentar um zumbido nos ouvidos na sequência de uma pancada na cabeça, mas obviamente sem saberem que esse sintoma é precisamente um dos mais consistentes com a concussão.

COMO SE AVALIA O HOQUISTA COM SUSPEIÇÃO DE CONCUSSÃO CEREBRAL?

Sempre que haja uma suspeita de concussão, o treinador, o professor de educação física, o instrutor, ou o médico da equipa, deve ser de imediato avisado para que seja levada a efeito uma avaliação sumária inicial, centrada em: apreciação da lista padrão de sintomas; exame neurológico focal, com avaliação da memória recente com percepção de factos do jogo, do adversário, ou de indicações do treinador e com avaliação da memória distante com percepção do nome, da data e local de nascimento, do local de residência; avaliação da atenção, com uma rápida designação de seis marcas de automóveis ou de seis nomes de flores.

Todo o hoquista que sofra uma concussão, independentemente da sua magnitude, deve ser obrigatoriamente submetido a uma primeira avaliação no local onde sofreu a lesão e posteriormente e em tempo útil, a uma observação clínica por médico qualificado para o efeito.
Só um protocolo deste tipo é seguro para o atleta.

Uma concussão deixada ao acaso, por não ter sido diagnosticada na ocasião certa, pode colocar o atleta em elevado risco de ao contrair um segundo síndrome de impacto, se converter numa situação potencialmente fatal, dado o facto de a lesão inicial não se encontrar ainda convenientemente curada.

QUAIS SÃO OS SINAIS E SINTOMAS NUMA CONCUSSÃO? A UTILIZAÇÃO DA LISTA PADRÃO!

Os mais frequentes e que devem ser retidos na memória são: a náusea, o vómito, a visão desfocada, a visão dupla, a irritabilidade fácil, a irritabilidade ao barulho e à luz, a dor de cabeça, as alterações do equilíbrio, o zumbido nos ouvidos, a vertigem, a dificuldade de concentração, a dificuldade de comunicação, a perturbação da memória recente ou distante, a sonolência, a fadiga fácil, a dormência, a tristeza, a dificuldade em adormecer ou em contraste o sono pesado com dificuldade de acordar.

QUANDO DEVE O HOQUISTA VOLTAR À PRÁTICA DESPORTIVA APÓS UMA CONCUSSÃO?

A retoma desportiva pelo hoquista só se deverá efectivar quando este se apresentar completamente livre de qualquer sintoma e bem assim de qualquer sinal da área neurocognitiva.

Importa no entanto ficar-se com a noção, de que nem sempre é fácil ter a certeza de que o cérebro recuperou na plenitude após a concussão, pois que e apesar de não apresentar sintomatologia, a cura plena pode não estar ainda concluída.

Um teste neurocognitivo, a ser levado a efeito apenas por um médico qualificado, neurologista ou neurocirurgião, é hoje uma ferramenta indispensável para se avaliar a função cerebral e identificar os desvios provocados por uma concussão.

No entanto essa avaliação para ser validada adequadamente, terá que passar sempre por um processo de comparação, com um teste neurocognitivo de referência efectuado ao hoquista previamente à concussão.
Assim sendo, os hoquistas mais expostos à concussão, em principio e se possível, deverão ter essa informação armazenada numa base de dados especifica, para o que der e vier.

COMO É POSSIVEL EVITAR A CONCUSSÃO?

A prevenção da concussão deve fazer-se respeitando, as normas gerais e as limitações pontuais da modalidade desportiva durante o jogo ou durante o treino e ainda promovendo o fair-play com os outros hoqistas em patins.

O hoquista deve aprender a conhecer o seu corpo, de modo a não ter a tentação de ultrapassar as suas capacidades morfo-funcionais e sem mais nem menos entrar em conflito com o adversário.

" Estima-se que 90% das mortes decorrentes de traumatismos cranianos ocorrem nos ciclistas que não o utilizavam capacete naquele momento e que o seu uso baixa o risco de lesão cerebral em 80% ".

“ O diagnóstico precoce de uma lesão do desporto é fundamental para uma recuperação de sucesso “ (Francisco Santos Silva)

" QUEREMOS UM DESPORTO SEM LESÕES PARA OS NOSSOS JOVENS "