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O SINDROMA DE PELLEGRINI-STIEDA NO ANDEBOLISTA

 

PELLEGRINI-STIEDA

Esta afecção que se apresenta com alguma frequência a nível da face interna do joelho do andebolista, é precisamente uma das principais complicações resultantes de uma entorse, e ocorre na sequência de uma rotura proximal do ligamento lateral interno do joelho.

É bastante frequente em jovens atletas de andebol, mas também de futebol, hóquei, futsal, esqui, ténis e basquetebol.

Trata-se de uma sequela no ligamento e estruturas adjacentes, resultante de uma cicatrização anormal, com desenvolvimento de um tecido cicatricial de acentuada fibrose peri-ligamentar, associando-se-lhe habitualmente um processo de calcificação/ossificação anormal e exuberante, a nível dos dois terços proximais e da inserção femoral do ligamento.
Habitualmente esta cicatrização irregular está dependente de uma imobilização inadequada ou insuficiente, aquando de uma lesão de maior significado, na inserção do ligamento.

Nesta lesão as queixas habitualmente dominantes, apresentam-se sob a forma de desconforto, ardor ou dor na mobilização e na abdução, alguma tumefacção local com defesa na pressão digital, localizadas na face interna do joelho junto ao côndilo femoral interno.
Estes sinais e sintomas podem persistir durante alguns meses após a lesão inicial.

Esta quadro especialmente protagonizado pela dor, condiciona inevitavelmente a actividade desportiva, se bem que e também a vida de relação do atleta.

Para complemento no seu diagnóstico, apenas é necessário um simples estudo radiológico, que nos mostra quase sempre uma área de maior ou menor opacificação/calcificação, na zona do ligamento e com uma forma que pode ser arredondada ou em crescente.

O tratamento desta sequela deverá inicialmente enquadrar-se numa terapêutica de característica conservadora, no entanto e como muitas vezes acontece, se não for levado a efeito nenhum protocolo terapêutico, a dor e a limitação funcional acabará por se ir esbatendo ao logo do tempo, mas a ossificação irá manter-se junto ao côndilo interno do fémur, o que por vezes se poderá tornar incomodativo, pela interposição mecânica que condiciona.
Nestas circunstâncias há necessidade de uma orientação cirúrgica, para se proceder à remoção de toda a massa cálcica e à excessiva fibrose à volta da estrutura ligamentar.

COMO SE PODE FAZER A PREVENÇÃO DESTA SEQUELA?

Face ao grave compromisso funcional que determina, a prevenção para esta situação é importante e assim é determinante que em qualquer entorse do joelho de um jovem atleta, o diagnóstico das lesões presentes, seja sempre levado a efeito nas primeiras quarenta e oitos horas, facto que implica a sua avaliação por um médico ortopedista.

Para além disso, na sequência das lesões terem sido identificadas e quantificadas, o protocolo terapêutico instituído pelo especialista tem que ser completamente cumprido no modo e no tempo.

COMO PODEMOS PREVENIR AS LESÕES DO LIGAMENTO LATERAL INTERNO?

A prevenção das lesões agudas neste ligamento faz-se com base no respeito por parte do atleta: das normas gerais e das limitações pontuais da modalidade durante o jogo, a prova ou o treino; do fair-play com os outros atletas; do aquecimento e do arrefecimento; da execução de regular programa de estiramento musculo-tendinoso, em associação com o treino proprioceptivo global dos membros inferiores.

Na prevenção deve ter-se ainda e sempre, a noção de que ao surgirem sinais de um compromisso para-articular interno e consequentemente sinalizadores de uma eventual lesão, a suspensão imediata da actividade desportiva deverá ser a norma e a avaliação por um especialista a regra.

“O diagnóstico precoce de uma lesão aguda num jovem atleta, é determinante para uma recuperação de sucesso e para a redução da morbilidade “. (Francisco Santos Silva)

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PREVENÇÃO DAS LESÕES TRAUMÁTICAS E DE SOBRECARGA NOS JOVENS ATLETAS