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AS LESÕES DO ANDEBOL

 

LESÕES NO ANDEBOL

O andebol é uma modalidade desportiva muito popular em Portugal e com bastantes praticantes de ambos os sexos, particularmente depois de 1949, ano em que passou a ser praticado o andebol de sete. Actualmente o andebol no nosso país enquadra-se num envolvimento quer de carácter profissional, quer amador federado e até de simples lazer. Em termos federados está organizado e tutelado por 23 associações distritais.

O andebol proporciona uma óptima forma de exercício físico aeróbico e de desenvolvimento da agilidade, da coordenação e ainda do espírito de equipa. No entanto é nos andebolistas e nos vários escalões etários, que se tem vindo a apresentar um preocupante índice de sinistralidade, no nosso país.

QUAIS SÃO AS LESÕES MAIS FREQUENTES NO ANDEBOL?

As lesões nos membros superiores e nos inferiores são das mais frequentes no andebol.

Decorrente da prática do andebol, há fundamentalmente dois tipos de lesões: as traumáticas de carácter agudo e as de sobrecarga.

As agudas resultam quase sempre de um episódio traumático súbito e fortuito e o seu diagnóstico habitualmente é quase instantâneo, assim como a impotência funcional inerente.
Exemplos destas lesões são: a entorse do joelho, do tornozelo e do mediopé; a fractura da tíbia, do tornozelo, da clavícula, da rótula, do antebraço, do punho e dos dedos da mão; a rotura do menisco, do ligamento lateral interno do joelho e do ligamento cruzado anterior; a luxação da articulação acrómio-clavicular, da rótula e a do ombro; a desinserção do bordelete glenoideu; as fracturas dos ossos da face, a concussão crâneo-encefálica, os hematomas intra-musculares, as roturas musculares, o higroma rotuliano, etc.

Por seu lado as lesões de sobrecarga, que nesta modalidade são mais frequentes do que as anteriores, têm um processo de instalação mais subtil e evoluem lentamente no tempo, não permitindo frequentemente estabelecer o seu diagnóstico com facilidade assim como e também, não possibilitado uma resposta terapêutica com a efectividade acelerada desejada.
Na generalidade resultam fundamentalmente da acção de microtraumatismos de repetição sobre os tendões e músculos, os ossos e as articulações.
Exemplos destas lesões são: a doença de Osgood-Schlatter e a doença de Sinding-Larsen-Johansson, nos adolescentes; o sindroma sub-acromial no ombro; a tendinose do rotuliano; as tenovaginites do tibial anterior, dos peroniais, do Aquiles e dos isquio-tibiais; a doença da cartilagem da rótula, as fracturas de fadiga do pé e da tíbia, o sindroma compartimental da perna, a isquialgia, a pubalgia, etc.

COMO SE TRATAM AS LESÕES DO ANDEBOL?

O tratamento das lesões agudas pela sua inerente gravidade e quase instantânea impotência funcional que motivam, necessitam de um urgente tratamento médico especializado. No entanto um suporte adequado desde o início até à sua oportuna orientação clínica, é determinante e deverá ser proporcionado pelo massagista, pelo treinador, pelo instrutor ou até mesmo por um outro atleta, com uma estabilização efectiva da área comprometida o melhor possível.
Assim, nas lesões de um membro inferior, o contra-lateral deverá ser utilizado como elemento passivo de suporte estabilizador e num membro superior, o contra-lateral como elemento activo de estabilização, bem como de imobilização temporária, independentemente de quaisquer outros procedimentos adicionais.
Algumas das lesões mencionadas apenas necessitam de um tratamento conservador, mas outras requerem tratamento cirúrgico em regime de urgência.

As lesões de sobrecarga necessitam também de ser orientadas por um médico especialista, mas é importante que o atleta tenha a noção, de que para solucionar adequadamente lesões deste tipo, a regra base deverá ser sempre: assim que surjam os primeiros sinais clínicos, uma redução imediata na intensidade, na duração e na frequência da actividade desportiva, deverá ser a norma.
Na sequência desta atitude, deverão ser revistas as normas e a técnica de treino e de jogo em conjunto com o treinador, instrutor ou professor de educação física. Para dissipar a sintomatologia álgica discreta e insidiosa, que normalmente se associada nas fases iniciais às lesões de sobrecarga, apenas está indicado o atleta poder fazer a utilização da crioterapia ou eventualmente do paracetamol, que nunca de um anti-inflamatório, que deve estar sempre interdito enquanto não tiver indicação médica.

COMO PODEMOS PREVENIR AS LESÕES NO ANDEBOL?

A prevenção das lesões agudas pode fazer-se respeitando: as normas gerais e as limitações pontuais da modalidade durante o jogo ou durante o treino; o fair-play com os outros andebolistas; os actos de conduta anti-desportiva; um adequado aquecimento assim como um cuidado arrefecimento; um regular e efectivo programa de estiramento/alongamento musculo-tendinoso, em associação com um treino proprioceptivo global dos membros inferiores, uma regular manutenção da troficidade muscular.
O atleta em particular enquanto criança ou adolescente, deve aprender desde muito cedo a conhecer o seu corpo, de modo a não ter a tentação de ultrapassar as suas capacidades morfo-funcionais. Esta análise deve ser sempre apoiada pelo treinador e tutelada pelos pais.

Quanto à prevenção das lesões de sobrecarga, esta tem que fundamentar-se sempre na adaptação adequada do atleta á modalidade, às suas regras técnicas e às de treino e de jogo e ao seu treinador ou professor. Nas crianças e adolescentes o rigoroso respeito pelo tamanho da bola é determinante.
Estes são sempre os primeiros procedimentos a ter em conta, não só para possibilitar um bom desempenho, mas também para se prevenirem as lesões mais frequentes, especialmente nos membros superiores.
Definitivamente, a prevenção destas lesões deve apoiar-se num programa de treino adequado e no bom senso do atleta e do treinador ou preparador físico, no desenvolvimento do mesmo.
A pressão destes, no sentido do treino excessivo terá que ser anulada e vigiada pelos pais. O treino e a revisão regular dos gestos de manejo de bola, em particular do lançamento com ou sem elevação, é importantíssimo para a prevenção de lesões no membro superior e nos membros inferiores.

O treino desenvolvido de modo “inteligente” e uma preparação física adequada para uma melhoria do fortalecimento e desempenho musculares, da flexibilidade e da proprioceptividade, deverá centrar-se num compromisso diário para os profissionais e de desenvolvimento regular para os amadores.
O adequado balanço hidro-electrolítico, com um programa estruturado de hidratação para os períodos de treino, de jogo e de repouso, é relevante para ajudar a minimizar o estabelecimento de lesões de sobrecarga.

Sempre que surgirem sinais de alarme, sinalizadores de uma eventual lesão, a suspensão imediata da actividade deverá ser a norma e a avaliação por um especialista a regra.

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