STOP às Lesões no Desporto
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A GESTÃO DE UMA LESÃO PELO MÉDICO COM O ATLETA E COM OS SEUS PROGENITORES

 

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É consensual que as lesões desportivas nos jovens sendo quase que impossíveis de evitar, são no entanto na grande maioria e quando adequadamente diagnosticadas e tratadas, de boa recuperação, apesar das frequentes dificuldades na gestão global das mesmas.

Todos os pais pretendem sempre que os seus filhos sejam saudáveis física e emocionalmente, mas também que tenham sucesso escolar e até mesmo desportivo, não poupando para isso esforços e recursos. Por sua vez o jovem atleta quando envolvido com significado com o desporto, é frequentemente obsessivo em continuar a praticar a sua modalidade, independentemente da fase evolutiva de uma lesão que surja. Neste contexto nem sempre é fácil gerir por parte do médico o período de estado de uma lesão, de modo a reduzir o risco de complicações ou de sequelas desta.

Sempre que uma criança ou um jovem se lesiona na prática desportiva, o médico da equipa ou o ortopedista que o irá tratar, com bastante frequência passa a ter que desempenhar vários papéis como sejam, o de clinico especialista propriamente dito, o de confidente, o de apaziguador de conflitos entre o atleta e os pais, o de mediador de interesses entre o atleta e o professor, instrutor ou treinador.

As sugestões que aqui se deixam aos médicos desses jovens, cremos serão com toda a certeza muito úteis para ajudar a prevenir e ou a gerir essas dificuldades durante todo o período de tratamento e recuperação de cada jovem, particularmente porque se trata de uma lesão na juventude e o importante é devolver-lhe a função intacta.

A regra base para se conseguir essa mesma função intacta é manter permanentemente um relacionamento aberto com o atleta, com os pais, com o treinador, instrutor ou professor. Definitivamente estes têm que saber desde o início de que qualquer lesão tem sempre um inerente protocolo terapêutico definido e um período médio de restabelecimento e de que a ideia do seu eventual encurtamento, nunca faz sentido porquanto quase sempre traz consequências definitivas.

O QUE FAZER PARA QUE OS PAIS NÃO SE TORNEM HIPERREACTIVOS OU COM DIFICULDADE EM LIDAREM COM UMA LESÃO DE UM FILHO?

No relacionamento com os pais do atleta é importante e desde o início, ouvi-los e tentar entender e compreender as suas preocupações relativas á lesão em si e às suas eventuais sequelas.

Uma explicação quanto mais possível precisa do tipo de lesão presente e dos exames complementares necessários efectuar para a sua confirmação, assim como do protocolo terapêutico imediato mais indicado a levar a efeito, deixa-os normalmente descansados.

Após o diagnóstico definitivo ser estabelecido, é importante associar os pais ao plano terapêutico definido, quer no que respeita ao controlo do seu cumprimento, quer na avaliação permanente dos resultados do mesmo, para acertos ou modificações pontuais.

Os resultados evolutivos quer sejam positivos, quer menos adequados, devem ser sempre bem esclarecidos e reavaliados com frequência com os progenitores. A meta para a retoma de actividade desportiva pelo filho, convém ser também revista com eles. Promessas inviáveis ou pouco reflectidas têm sempre resultados comprometedores.

Uma enfatização regular das consequências a médio e longo prazo pelo incumprimento do programa terapêutico definido ou entretanto acertado, é manifestamente necessário ser feita junto dos pais do atleta, para que mantenham a aderência sem reservas ao programa de tratamento.

A informação disponibilizada ao treinador, ao instrutor ou ao professor, sobre a situação clinica do jovem atleta e o estado da sua evolução morfo-funcional, só deverá ser levada a efeito após o conhecimento prévio dos pais e claramente com a anuência destes.

É uma boa prática dispensar aos pais um contacto fácil, como o telefone móvel ou o e-mail.

COMO CONSEGUIR MANTER O JOVEM A CUMPRIR O PROGRAMA TERAPÊUTICO DEFINIDO?

No relacionamento com o atleta, tal como já foi expresso para os pais, é importante desde o início, ouvir as suas preocupações relativas á lesão em si, à retoma previsível da sua actividade desportiva e às suas eventuais sequelas. Esta abordagem convém ser realizada com um dos progenitores presente.

Uma explicação simples mas precisa do tipo de lesão presente, assim como do protocolo terapêutico imediato mais indicado a levar a efeito pelo atleta, possibilita sempre um boa aderência por este ao programa delineado.

É sempre importante educar o atleta no sentido deste ter tanto quanto possível, o conhecimento dos riscos que corre no caso de não cumprir com as indicações médicas estabelecidas e particularmente quando elas são de natureza de sobrecarga.

Do mesmo modo é bastante prático e corrente, responsabilizar o atleta pela avaliação programada da evolução da sua lesão, assim como o instruir no sentido de não efectuar avaliações não previstas, fora do contexto ou demasiado agressivas do ponto de vista funcional.

O atleta deve saber pelo médico que a sua retoma de actividade só poderá ser conseguida desde que seja rigoroso com o cumprimento das normas e instruções inerentes à recuperação da sua lesão e que a data prevista para a mesma nem sempre é fácil de determinar.

Ao jovem atleta convém realçar sempre que apesar de toda a equipa, o treinador, o instrutor ou o professor, estarem à sua espera para retomar a actividade, esta só será útil para todos, desde que se encontre completamente restabelecido, pois caso contrário tudo pode voltar para trás.

“ O respeito pelo cumprimento de um protocolo terapêutico definido para uma lesão no jovem atleta, é determinante para uma recuperação de sucesso e a sua cura sem sequelas “. (Francisco Santos Silva)

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